Uma reflexão relevante que surge ao nos debruçarmos sobre o tema de políticas públicas para mulheres é a escassez de dados de políticas públicas que contemplem o recorte de gênero. 

 

Os dados aqui apresentados tratam de informações gerais sobre a população feminina na cidade de São Paulo, no Estado e no país. A partir desses números propomos uma reflexão sobre os equipamentos específicos existentes para o atendimento às mulheres, a quantidade de mulheres atendidas e o orçamento despendido para esses atendimentos. Ao compararmos esses dados percebemos uma desproporção entre esses números. Apesar das mulheres representarem metade da população, os equipamentos públicos e os recursos despendidos em políticas específicas para as mulheres representam apenas 0,05% do orçamento do município de São Paulo. 

 

As políticas de enfrentamento à violência contra a mulher foram escolhidas como as primeiras políticas públicas a serem analisados pelo GT pela sua especificidade para a população feminina e pela sua relevância para a qualidade de vida das mulheres. Conforme dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em 2021, em média, uma mulher foi vítima de feminicídio a cada 7 horas. No ano passado, uma menina ou mulher foi vítima de estupro a cada 10 minutos, considerando apenas os casos que chegaram até as autoridades policiais. A gravidade destes dados mostra a relevância de termos políticas de enfrentamento à violência contra a mulher. Ademais a violência de gênero tem se manifestado também na forma de violência política contra as mulheres que ocupam ou que se candidatam a cargos eletivos no país.